EFA - Valente
Dados da Escola
Escola Família Agrícola Avani de Lima Cunha
Associação Mantenedora: Associação de Pais e Amigos da Escola Avani de Lima Cunha
Territórios de abrangência: Sisal
Municípios atendidos: Valente, Santaluz, Conceição do Coité, Queimadas, Retirolândia, São Domingos, Araci, Nordestina, Nova Fátima, Cansanção.
Fazenda Madeira
CEP: 48890-000
Bairro: Zona Rural
Cidade: Valente
UF: Bahia
E-mail: efavalente.sec@gmail.com | efavalente.dir@gmail.com
Telefone: (75) 981343249 (75) 981701761
Facebook: efavalente@gmail.com
Instagram: efavalente
Blog/Site: efavalente123.wixisite.com/efavalente
Histórico
A Escola Família Agrícola Avani de Lima Cunha, surgiu a partir da necessidade dos agricultores familiares do município de Valente, Estado da Bahia, organizados através da Associação dos Pequenos Agricultores do Município de Valente – APAEB, na época. A partir de 2004, passou chama-se de Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira – APAEB, mas mantendo os objetivos iniciais e ampliando sua área de atuação. A APAEB é uma entidade sem fins lucrativos, constituída em 1980, que tem como missão promover o desenvolvimento social e econômico sustentável e solidário visando à melhoria da qualidade de vida da população da Região Sisaleira.
Desde 1987, a APAEB já dispunha de uma propriedade rural no município de Valente com 52 há, denominada roça comunitária, onde os associados da APAEB proprietários de pouca área de terra procuravam produzir coletivamente e ao mesmo tempo buscavam conhecer novas técnicas para convivência com o semiárido sem degradar o meio ambiente. Foram os primeiros passos que a associação deu em busca de comprovar o que hoje se tornou seu slogan: O sertão tem tudo que se precisa, se faltar, a gente inventa. A esta propriedade deu-se o nome de Fazenda Madeira, localizada a 12 km de distância da sede do município.
Há muito tempo os agricultores familiares já mostravam insatisfação com o modelo de escola que estava formando seus filhos, além da dificuldade que sentiam de ter que levar seus filhos para estudarem na cidade, o que, muitas vezes, os conduziam ao êxodo rural. Com o passar dos anos, notava-se a necessidade de se implantar um projeto de educação diferenciada para os filhos das famílias agricultoras, tornando-se um sonho para os agricultores que dirigiam a APAEB na época e sua equipe de trabalho do Departamento Agropecuário e Educativo, que eram responsáveis por construírem alternativas de convivência com o semiárido, numa perspectiva de provar que era possível viver no sertão com uma qualidade de vida significativa. Assim, a partir de 1992 a APAEB, após visitar projetos de educação do campo, espalhadas na Bahia, o que se assemelhava com os trabalhos desenvolvidos pela Associação, foi neste interstício história das Escolas Famílias Agrícolas, da metodologia usada e seus instrumentos pedagógicos. Logo após, foram realizadas algumas visitas às EFA’s de Riacho de Santana, Brejões e Inhambupe.
Para que este sonho se concretizasse foi necessário fazer estudos e discussões nas diversas comunidades rurais, juntamente com outros seguimentos organizados da sociedade civil que atuava na época, como Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Igrejas (Católica e Batista) e Associações Comunitárias locais (movimentos sociais de Valente e região). Após conhecerem e discutirem a importância da criação de uma escola família agrícola em Valente, que pudesse atender a região sisaleira, resolveu-se buscar apoio para construir a Escola Família Agrícola de Valente.
Com muita luta e perseverança, a Escola Família Agrícola Avani de Lima Cunha foi constituída graças à vontade de todos os interessados, da APAEB, das entidades integrantes dos movimentos sociais do município de Valente, da comunidade em geral e com o apoio inicial da MISERIOR e da VITAE que contribuíram financeiramente para a concretização deste importante projeto transformador da realidade, a qual objetivava transformar jovens agricultores em agricultores empreendedores de suas próprias vidas, tornando-se cidadãos ativos para a construção de nova sociedade.
Durante aproximadamente dois a equipe de profissionais de ciências agrárias, educadores e gestores da APAEB, dedicaram-se a construir o projeto da escola, inclusive a preocuparam em construir a infraestrutura necessária para funcionamento da Escola Família Agrícola. Assim, em 25 de fevereiro de 1996 inaugura-se a Escola Família Agrícola Avani de Lima Cunha, nome dado em homenagem a uma liderança comunitária que tinha o sonho de ter na região um projeto de educação que pudesse educar os filhos das famílias agricultoras para valorizarem o campo e melhorarem a qualidade de vida. A EFA Valente, como assim ficou conhecida, localizada na Fazenda Madeira, foi mais um passo para a construção de alternativas para a convivência com o semiárido. Neste dia, deu-se início a formação da primeira turma, que somente concluiria o ensino Fundamental em 1999.
A EFA Valente, assim como as outras EFA’s espalhadas pelo mundo afora, tinha como centro, a formação de jovens agricultores capazes de interferir na transformação da realidade, apresentada muitas vezes, de forma extremamente pejorativa, em que não se acreditava que era possível viver bem no semiárido da Bahia, assim como em outros lugares do Nordeste Brasileiro. Foi com as ações da APAEB, através da EFA Valente, do Departamento Agropecuário e Educativo, da implantação de diversos projetos sociais que a Associação conseguiu mostrar que era possível viver no sertão nordestino com boas condições de vida, o que bastava era luta e persistência para continuar criando inovações tecnológicas amigáveis com o meio natural e de acordo com a perspectiva daqueles que estava sentindo os problemas e não por mãos que apenas elaboravam os projetos para outros executarem, muitas vezes gerando insatisfações gritantes pela contradição existente entre os problemas enfrentados pelas comunidades e as soluções que buscavam os governantes.
Com a implantação da Escola Família Agrícola de Valente, muita coisa começa a mudar na região, como um dos objetivos era diminuir o êxodo rural, oferecendo aos jovens processos de ensino-aprendizagem inovadores, a pedagogia da alternância foi uma ferramenta crucial para a consolidação do projeto.
Durante 15 anos de existência a EFA Valente conseguiu inserir um novo e significante modelo de educação capaz de desenvolver habilidades nos jovens agricultores que possibilitaram um diferencial e referencial educativo muito importante para a formação de uma juventude propositiva e com perfil de lideranças e de profissionais que estão contribuindo, direto e indiretamente, para o desenvolvimento da região.
Ao longo deste período, a APAEB foi responsável por captar recursos para a manutenção da EFA Valente, todavia desde o início do projeto se discutia a constituição de uma Associação própria com pais e demais envolvidos com a escola, fato que somente se concretizou em janeiro de 2007, momento em fundou-se a Associação de Pais e Amigos da Escola Família Agrícola Avani de Lima Cunha – APAEFA, composta por pais, ex-alunos, monitores, lideranças comunitárias e agricultores. Este acontecimento é considerado um marco na história da EFA Valente, possibilitando maior autonomia no processo de gestão da escola e conduzindo à mesma a buscar, aos poucos, independência financeira em relação à sua mantenedora.
Nos últimos dois anos a escola passou a contar não somente com a contribuição da APAEB para sua manutenção, mas também com o apoio da REFAISA, através de recursos oriundos do convênio com a Superintendência da Agricultura Familiar do Estado da Bahia – SUAF, possibilitando um trabalho de acompanhamento técnico às famílias, pais dos educandos, para o fortalecimento da agricultura familiar. Além disto, a escola também está sendo apoiada pela FUNDAÇÃO APAEB, através do convênio com o Instituto de Cooperação Belgo-brasileiro de Desenvolvimento Social – DISOP-Brasil.
Além destes parceiros, contou também nos últimos anos com o apoio da Bovespa Social, dos padrinhos dos educandos da Alemanha, através da organização Zukunftsstiftung Entwicklungshilfe e mais recentemente com o Governo do Estado através do convênio firmado com as EFA’s em toda a Bahia.
Como o Censo Escolar desta Unidade é efetivado através da Secretaria Estadual de Educação, a mesma tornou-se uma parceira importante no processo educacional, possibilitando acessar benefícios das políticas nacionais e estaduais através da Lei estadual nº 11.352, de 23 de dezembro de 2008 e do Decreto Nº 14110 de 28/08/2012, que permite acessar transporte para educandos e educadores da sede dos municípios até a Fazenda Madeira.