Biblioteca Digital da Refaisa
Artigos Científicos
Banco Pedagógico da Agrobiodiversidade
Os bancos de sementes comunitários são importantes, pois tem a funcionalidade de um espaço privilegiado de aprendizado, desenvolvimento da capacidade de gestão, articulação das famílias para a realização de processos de inovação agroecológica e trocas de conhecimentos, fortalecimento das relações de cooperação e solidariedade, recuperação das sementes
e dos saberes perdidos. Esse trabalho tem como objetivo apresentar o Banco Pedagógico da Agrobiodiversidade da Escola Família Agrícola de Sobradinho na Bahia (BPA-EFAS) com o
registro participativo das informações dos materiais conservados. Atualmente o BPA-EFAS conserva 65 variedades tradicionais do Semiárido, sendo que destas 38 foram trazidas de suas comunidades pelos estudantes da escola, durante atividade no tempo comunidade. As espécies que tem mais variedades conservadas é o feijão, abóbora e melancia. Foram identificados
26 guardiões nas 15 comunidades onde foram realizadas as coletas.
Núcleo de Agroecologia do Semiárido
O Núcleo de Agroecologia do Semiárido foi instituído na Embrapa Semiárido em 2014. Seu objetivo principal é mobilizar equipes interdisciplinares e articular parcerias com universidades, instituições de ATER e agricultores (as) familiares para promover ações de intercâmbio e construção do conhecimento agroecológico com enfoque territorial. Suas ações têm estreita relação com a formação de jovens agricultores da Escola Família Agrícola de Sobradinho/BA, organizações de ATER e instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão. Tais ações tem como foco a agrobiodiversidade, a sociobiodiversidade, os sistemas agroflorestais e o redesenho de agroecossistemas, inter-relacionando e aplicando os fundamentos da Agroecologia para a Convivência com o Semiárido. Neste sentido, o objetivo do presente relato é apresentar as ações desenvolvidas pelo referido núcleo durante o período de 2014 a 2017 nos Territórios do Sertão do São Francisco baiano e pernambucano.
Pedagogia da alternância na educação profissional contextualizada: atuação dos egressos das Escolas Famílias Agrícolas (EFA) da Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA)
Este trabalho consiste em analisar e sistematizar as contribuições das Escolas Famílias Agrícolas (EFA) ligadas à Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA) na formação dos jovens do campo, por meio dos cursos de educação profissional técnica de nível médio em agropecuária integrado ao ensino médio, para atuação desses sujeitos nos processos de desenvolvimento local e sustentável em regiões do Semiárido e Agreste do Nordeste brasileiro. Para tanto, optou-se por uma abordagem qualitativa, usando a pesquisa-ação como método de pesquisa e as metodologias participativas como ferramentas de diálogos e de problematização das realidades ao longo das atividades desenvolvidas entre os meses de junho de 2017 a junho de 2018, com os grupos sociais e sujeitos do campo constituídos nas EFA de Sobradinho, Correntina, Brotas de Macaúbas, Rio Real, Irará, Alagoinhas e Monte Santo, no estado da Bahia, e Ladeirinhas, estado de Sergipe. Os resultados evidenciam a trajetória e relevância da pedagogia da alternância na educação profissional de jovens do campo para o exercício pleno da vida, a partir de processos educativos contextualizados com a realidade dos sujeitos, por meio da educação básica integrada à formação profissional.
Pedagogia da Alternância na Educação Básica e Profissional: conquistas e desafios em 25 anos de atuação da Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA)
Este trabalho, que originalmente é fruto de uma pesquisa de mestrado profissional, pretende analisar e sistematizar as conquistas e desafios das Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s) ligadas à Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (REFAISA). Essa rede desenvolve a pedagogia da alternância por meio da educação básica (Ensino Fundamental II) e profissional de nível médio, tendo vinte e cinco anos de atuação no Semiárido Brasileiro (SAB). A abordagem metodológica fundamentou-se na pesquisa qualitativa e na pesquisa-ação mediada pelas metodologias participativas como ferramentas de problematização e coleta de dados ao longo dos meses de junho de 2017 a junho de 2018, junto aos sujeitos e grupos sociais das EFA’s de Sobradinho, Correntina, Brotas de Macaúbas, Rio Real, Irará, Alagoinhas e Monte Santo, no estado da Bahia, e Ladeirinhas (Japoatã), estado de Sergipe. Evidenciam-se avanços na formação de adolescentes e jovens em conexão com os territórios e suas complexidades, e na promoção da Educação Contextualizada em Alternância com seus instrumentos pedagógicos que orientam a formação integral dos sujeitos. Além da importância da atuação em rede a partir da REFAISA, que tem possibilitado a assessoria pedagógica e política institucional das EFA’s filiadas. Como principal desafio, coloca-se a questão da garantia e manutenção do financiamento público das EFA’s e sua institucionalidade enquanto Política Pública de Estado e não de governo.
Escola Família Agrícola: uma nova perspectiva de formação humana e profissional através da Pedagogia da Alternância
Essa sistematização apresenta os grandes diferenciais da formação nas Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s) olhando para os aspectos internos (pedagógicos e metodológicos) e externos (horizontes e atuação dos egressos) tendo como lócus a Escola Família Agrícola de Sobradinho (EFAS), que em 2019 forma a primeira turma do Curso de Educação Profissional. Resultado de um processo de pesquisa de abordagem qualitativa, por meio da observação participante, apresenta enquanto principal diferencial uma experiência de educação comunitária na e para a vida, de modo a não fomentar o tecnicismo e sim uma formação humana, integral e profissional com múltiplas possibilidades de atuação na perspectiva de contribuir com as transformações que suas regiões precisam.
Dinâmica didático pedagógica do ensino em alternância na perspectiva agroecológica na Escola Família Agrícola de Sobradinho-EFAS
A agroecologia é também considerada como uma ciência que busca desenvolver o potencial produtivo (vegetal e animal) de diversas regiões a partir de conceitos e fundamentos ecológicos com o objetivo de promover sustentabilidade, portanto é imprescindível que os conceitos agroecológicos sejam trabalhados desde a formação inicial de indivíduos sociais, sobretudo, das juventudes do campo, na perspectiva da Convivência com o Semiárido. Diante disso, o presente trabalho teve por objetivo tornar público as atividades didático-pedagógicas que são desenvolvidas na Escola Família Agrícola de Sobradinho – BA (EFAS), a partir de preceitos agroecológicos no processo educativo. Para tanto, o trabalho foi sistematizado por meio de uma abordagem qualitativa, através da observação participante, envolvendo estudantes e monitores/as da Associação Comunitária Mantenedora da Escola Família Agrícola de Sobradinho – AMEFAS, organização responsável pela manutenção, gestão e organização pedagógica da EFA de Sobradinho.
A Convivência com o Semiárido como paradigma sustentável na perspectiva do bem viver
Apresentamos nesse artigo as frentes de construção da proposta de Convivência com o Semiárido, como paradigma sustentável na perspectiva do Bem Viver para a região Nordeste do Brasil, ecossistema Semiárido, compreendendo, nas últimas décadas, como essa proposta vem sendo construída, implementada e em processo de consolidação com relevante contribuição do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA. É resultado da sistematização de abordagem qualitativa, por meio da observação participante e da análise documental de trabalhos realizados pelo IRPAA, entre os anos 1990 a 2017. No atual momento conjuntural em que o país e o mundo se encontram de crise política e econômica, com adoção do estado mínimo e dos retrocessos no acesso às políticas públicas pelos camponeses/as, agricultores/as familiares, povos e comunidades tradicionais do campo, faz-se necessário uma ampla articulação e incidência política na defesa da proposta de Convivência com o Semiárido, como eixo estruturante de melhoria das condições de vida das populações da região.