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EFAs de Ribeira do Pombal, Inhambupe e Rio Real participam de formação sobre Educação Contextualizada e Convivência com o Semiárido

Os temas relacionados à Convivência com o Semiárido, como as características dessa região e do bioma Caatinga, acesso à terra em tamanho apropriado; a importância da contextualização do ensino com a realidade dos/as estudantes e com o despertar para a criticidade, estão sendo abordados na primeira etapa de uma série de formações com integrantes das Escolas Famílias Agrícolas (EFA’s).

As atividades desse módulo inicial vêm sendo realizadas agregando as EFA’s por território ou proximidade. Dessa vez, a formação aconteceu com equipes da Escola Comunitária Família Agrícola de Ribeira do Pombal (ECFARP); Escola Família Agrícola da Região de Alagoinhas (EFARA), de Inhambupe; e da Escola Família Agrícola do Litoral Norte (EFALN), de Rio Real, todas na Bahia.

As atividades aconteceram na ECFARP, em Ribeira do Pombal-BA, nos dias 30 e 31 de julho, com a participação de 20 pessoas que atuam diretamente com as ações pedagógicas nas Escolas. Durante a programação, houve ainda momentos de debates sobre os desafios das EFAS, principalmente com a contextualização do ensino na atualidade. Entre os pontos discutidos e registrados, foram destaques a necessidade das famílias e professores/as ampliarem suas contribuições na missão de educar, a partir da Pedagogia da Alternância e do ensino contextualizado com as respectivas realidades. Além disso, também foi enfatizado que o Estado precisa garantir mais investimentos públicos para a estruturação, em todos os sentidos, das EFA’s.

Outro aspecto que esteve em pauta foi o desafio de trabalhar com as juventudes, principalmente considerando as narrativas estereotipadas que ainda são reforçadas, inclusive por educadores/as e as famílias; e os atrativos das escolas das cidades têm motivado, cada vez mais, os/as estudantes a escolherem sair do campo, ou seguir para o ensino regular/tradicional.

Esse cenário, apesar de desafiador, permite visualizar a diferença na forma de ensinar. Isso porque as EFA’s, que vão além das escolas tradicionais, também educam para a vida, para o engajamento comunitário e, portanto, para que eles/as vivenciem uma cidadania comprometida com as causas sociais e populares. Algo que precisa ser destacado em todos os espaços e momentos; até mesmo para trazer mais gente para apoiar e fortalecer o trabalho dessas Escolas, afirmaram algumas pessoas presentes no evento.

A diretora da EFARA, Glaucilene Lima, destaca que essas discussões contribuem para potencializar o trabalho na EFA. “Uma temática que a gente sempre tem um pouco o que aprender, embora a gente já realize. Tudo o que foi passado foi muito interessante, desde a Educação do Campo, as políticas públicas, os desafios que nós encontramos dentro da nossa experiência enquanto Escola (…) Foram abordadas temáticas que só teve a somar, a metodologia também que a equipe do Irpaa trouxe foi muito interessante. A gente tá voltando com muito enriquecimento para nossas bases, pra levar e discutir também”.

Nesse mesmo sentido, o veterano Eval Adorno, da ECFARP, pontua que o trabalho de formação em parceria potencializa as ações de Convivência com o Semiárido. “Faço parte aqui da ECFARP desde a fundação e sempre ocorreu, está ocorrendo, formação continuada dos nossos monitores. A avaliação que nós fazemos é positiva, haja vista que nós da equipe pedagógica já havíamos pensado e, com certeza, agora com a parceria do Irpaa fortalecerá, porque está contextualizado mais forte ainda. (…) A partir desse tema, nós vamos desenvolvendo ações voltadas para a Convivência com o Semiárido, tanto em sala de aula, quanto em viagem de estudo, intercâmbio”.

Na sequência desses encontros da primeira etapa, que seguirão acontecendo em outros territórios, também estão previstos mais três eventos com representantes de todas as EFA’s; sendo outros dois módulos, para discutir Educomunicação e Mudanças Climáticas; e um encontro final.

A iniciativa é realizada pelo Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), em parceria com a Rede das Escolas Famílias Agrícolas Integradas do Semiárido (Refaisa) e a Associação das Escolas das Comunidades e Famílias Agrícolas da Bahia (Aecofaba); com o apoio da Cáritas alemã.

Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa

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